domingo, 27 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

Já havia escrito sobre "Cisne Negro", mais precisamente, fiz um prognóstico baseado na carreira do Diretor. Interessante como economista erra! rsrsrsrs...
Este filme me fez reavaliar o real interesse do Aronofsky, na verdade ele investiga a questão da identidade. Mais precisamente, analisa comportamentos obsessivos e paranóicos associados a crise de identidade, a crise de um matemático diante da impossibilidade de estabelecer explicações; a crise de um lutador que não pode mais entrar em ringues; mas no "Cisne" a crise é diferente, pois os acontecimentos revelam uma dura realidade à bailarina: não tenho identidade própria... Angustiante não? A Natalie Portman vive essa angustia durante o filme, numa das grandes interpretações da história do cinema!
Vamos para mais uma semana de muito trabalho!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Direita X Esquerda

http://antonioprata.folha.blog.uol.com.br/arch2011-02-20_2011-02-26.html#2011_02-22_17_10_31-159487429-0

Sugiro que leiam o texto "Direita x Esquerda" (link acima). O texto constrói uma boa caricatura acerca deste debate interminável. Confesso que trata-se de um dos pontos que mais me desgasta, pois o entendimento geral gravita em torno do seguinte raciocínio: Direita = Conservadorismo, individualismo, manutenção de interesses, contra o progresso social, Hitler, Franco, Bush (pai e filho) são os exemplos geralmente citados; Esquerda = Progresso, coletivismo, mudança social, distribuição de renda, Marx, Che Guevara, Trotsky, são os principais ideólogos, com uma legião de gente "bacana" os seguindo, principalmente escritores, atores, diretores e professores..
Alguém já refletiu sobre quão maniqueista é essa divisão? É conservador pensar no impacto das decisões individuais sobre a sociedade? Por que? Esses impactos são sempre negativos? Será mesmo?
Em economia há uma confusão dos diabos, pois há a clássica divisão entre Ortodoxos, aqueles que se valem de pressupostos e metodologia padronizada (por quem? de que maneira?) e Heterodoxos que estão no pólo oposto. A aproximação realizada é a seguinte: Economistas Ortodoxos são de direita, Economistas Heterodoxos são de esquerda. 
Vamos a refutação: Hayek é de direita, mas pode ser perfeitamente associado à heterodoxia, pois foi um dos principais críticos da aplicação de equilíbrio geral; Oskar Lange era de esquerda, todavia acreditava que o principio de equilíbrio geral teria uma bela aplicação em economias planificadas!
Ao invés de pegarmos uma receita de bolo pronta, pq não pensamos sobre um critério de distinção menos maniqueista? Penso não haver interesse dos dois lados, para a ortodoxia trata-se de um problema irrelevante, já que eles se preocupam com pesquisas que gerem resultados "práticos", enquanto para a maior parte da heterodoxia, o critério é ótimo. Na minha opinião (que não vale R$ 0,50) temos ai um bom campo para reflexão e pesquisa em ciências humanas! 
Ou será que estou delirando? 
PS: Um exercício interessante é olhar a tábua de classificação de assuntos da economia, a qual é estabelecida pelo Journal of Economics Literature, nela pesquisa sobre economia marxista e escola austríaca estão do mesmo lado...
PS2: Para quem se interessar, vale pesquisar algumas publicações dos professores Geoffrey Hodgson e David Dequech Filho. Eles se debruçam sobre essa dicotomia.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Vamos nos divertir e Refletir

Sexta-feira!!!!!! Mais uma... O que fazer no find?
Começo a promover um ajuste em minhas alternativas de lazer, cinema voltará ao topo da tabela.
Hoje (04/02) estréia "Cisne Negro", que ganhou destaque pela atuação de Natalie Portman, premiada com o Globo de Ouro. Porém, quero destacar o diretor Darren Aronofsky, uma figura controversa e brilhante que adora abordar seres humanos obcecados, agora é uma bailarina, antes um lutador de wrestling e o mais interessante: um matemático, se bem que obsessão e matemática tem tudo a ver amigo.... rsrsrsrsrsrs.
Pi (3,1416...) é o nome do primeiro filme deste diretor, nele assistimos um matemático que tenta elaborar um algoritmo para explicar a parte decimal do famigerado número. No meio de sua pesquisa ele começa a elaborar uma estranha fórmula, a qual explicaria as oscilações da bolsa e os números da Kabbalah, mas... (sempre! rsrsrsrsrs) o nosso herói começa a confundir o real com o abstrato, confusão que cresce exponencialmente, colocando o jovem pesquisador num redemoinhos de dúvidas e ciladas...
Sem maiores detalhes, assista caro e solitário leitor!
Aonde fica a reflexão? Ah...'
Estabelecer um comportamento padrão, a partir do qual consigo prever e explicar fenômenos, eis "a tara" de todo cientista! Os economistas fazem ciência, logo são loucos para estabelecer padrões de comportamento, num primeiro momento em nível individual, isto é, para consumidores e produtores (empresários), o segundo nível é agregado, ou seja, tentam estabelecer padrões para as interações sociais que se dão no mercado, desejando que tais interações resultem num equilíbrio. 
Jeremy Bentham, John Stuart Mill, Carl Menger, Stanley Jevons e Paul Samuelson são alguns dos nomes envolvidos com a criação de uma teoria do comportamento do consumidor, enquanto Alfred Marshall foi decisivo para teoria da firma. No entanto, as hipóteses que dão forma a teoria do consumidor são alvo de uma série de críticas, Hebert Simon, Daniel Kahneman e Amos Tversky são alguns dos principais críticos, eles questionam, sobretudo, a falta de respaldo empírico destas abordagem.
Léon Walras, Kenneth Arrow e Gerard Debrew desenvolveram as formulações de equilíbrio geral. As primeiras críticas a essa abordagem foram feitas por Friedrich Hayek no artigo Economia e Conhecimento, atualmente a economia da complexidade visa abordar modelos de interação, no entanto, sem utilizar o referencial do equilíbrio.
Padrões, busca por padrões, possibilidade e limites no conhecimento de comportamento padrões...
Vamos refletir a respeito?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Primeiras reflexões.

Este espaço se destina a divulgar algumas das reflexões acerca da ciência econômica. Para leigos, estudantes e/ou profissionais de outras áreas temos um idioma próprio e indecifrável, nossa forma de raciocinar não é compreensível. Todavia, eles se deparam com problemas relacionados a economia. Logo, o assunto desperta interesse, a forma como o tema é abordado é que faz tudo ir por água abaixo...
Obviamente a culpa não é toda nossa, pois boa parte da divulgação é feita por jornalistas, os quais não compreendem efetivamente o que diz a ciência econômica, salvo raras exceções. A partir desse quadro nasce uma pergunta: por que os não iniciados tem tanta dificuldade de compreender nossa ciência?
Vamos para o principio da formação de uma economista: a economia é a ciência da escassez. A escassez é uma marca de nossas vidas e nossas decisões, logo a economia busca explicar uma gama muito ampla de fenômenos. Até ai tudo bem, mas (sempre há um mas... rsrsrsrsrsrs) reflitamos um pouco.
Como os economistas fazem suas análises? Qual visão de mundo compõe essas análises? Quais ferramentas possibilitam fazê-las?
Os manuais que estudamos nos fornecem algumas respostas para essas questões. Manuais na graduação, manuais na pós, os manuais resolvem nossos problemas... Será mesmo? 
Diversos autores se debruçaram sobre essas questões. É difícil e arbitrário escolher um ponto de partida, parece lógico iniciar em Marx, que trouxe critica e reflexão ao processo de gestação das ciências sociais, sim caro e solitário leitor, a ciência econômica é uma ciência social! Voltando a escolha do ponto de partida, não posso discutir Marx, por minha pura deficiência técnica e teórica. 
Para iniciar a reflexão, sugiro a leitura de um artigo do famigerado professor Mário Luiz Possas, leiam e reflitam, voltaremos a nos falar em breve.